06 fevereiro 2012

o desmame, a babá e pronomes pessoais

Filho,
São 11:20 da noite e eu deveria estar dormindo... amanhã você acorda as 6, super animado e eu sem forças para levantar da cama... mas vamos lá, uma vez que tenho algumas novidades e sinto vontade de que você saiba exatamente como fechamos mais um ciclo muito importante.

Sobre o desmame, a última vez em que você mamou no peito foi no dia 2 de fevereiro, exatamente no seu aniversário de um ano e seis meses... e todo o processo se deu de uma forma tão tranquila, que para mim é mais uma evidência da nossa sintonia e fusão emocional, a tal ponto que nos entendemos e sentimos um ao outro sem que seja preciso muitos argumentos, nem violência e muito menos mentiras.

Tudo começou no momento em que senti ser a hora de estabelecer uma rotina para a amamentação, e consequentemente para os seus horários, e por volta de um ano e três meses (ai as datas), tive uma das nossas inúmeras conversas de que a mamãe só daria o peito antes de você dormir, simples assim, tchau livre demanda! No começo foi díficil, mas rapidinho se habituou as três vezes por dia, de manhã, de tarde e de noite e só!

Passado um mês, diminui a da hora do almoço, isso porque já evitava que você dormisse no peito, e te colocava ainda acordado no berço, no primeiro dia você chorou um pouco, mas rapidamente passou para os resmungos, e eu dizia: deita Romeu, deita e dorme, e de repente você se jogava mesmo, e puf, dormia!

Um grande passo, aliás foram vários que acredito terem acontecido no momento certo, no momento em que eu sentia que poderíamos dar um passo a frente, tanto eu, quanto você, pois sei como o nosso apego é recíproco, e já precisamos muito um do outro, tivemos necessidade de dormir juntos por muito tempo, e nos respeitamos mutuamente, para que nos suprissimos de nossas necessidades um com o outro.

Claro que esse é um percurso que eu acho que nunca vai acabar, o nosso vínculo não vai desaparecer, mas alguns rompimentos serão necessários na construção dessas novas identidades, eu como mãe e você como pessoa de características e sentimentos exclusivamente seus.

E é isso que vejo surgir diariamente, pois quando você nasceu eu suspeitava de como você seria, imaginava e tentava desvendar, hoje consigo ver muito mais apesar das suas poucas palavras.

E eu vejo uma pessoa legal, carinhosa, bem humorada, as vezes pensativo e quieto, sensível e feliz! Cheio de vontades, esforços de subir até um lugar, segurar o copo de vidro, beber água sozinho, e experimentar sensações, sons e pessoas! Carinhoso com animais, ciumento com a mãe, buscando o olhar de aprovação do pai e a simpatia de todos que te rodeiam.

Anda dizendo "minha mamãe", "ai qué (alguma coisa como buca, papá, mamá, manana)" e sempre fazendo um sim com a cabeça, ou um não quando diz: "ai qué não". Ainda está rolando um "ai que mamá", mas bem tranquilo, no que eu te explico que você está crescendo e pode comer outras comidas, que não é mais aquele nenénzinho e a verdade: a mamãe andava realmente cansada, um cansaço físico, acredito que pelo gasto energético com a produção de leite, o trabalho e você que quase não fica parado!

Amanhã vamos começar uma nova experiência, você pela primeira vez terá uma babá... é, são tempos de pequenos passos para a nossa seperação umbilical que começou há um ano e meio.

E ela significa que continuaremos bem juntos durante o dia, mas com a mamãe e papai um pouco mais livres das obrigações com seus horários, suas comidas, banho, troca, isso para que sobre mais tempo para brincadeiras, passeios e momentos mais tranquilos... bom, pelo menos é isso que espero!

Beijinho de esquimó!

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